A família de Deus

Deus ao criar o homem, criou-o à Sua imagem e semelhança e dotou-o de inteligência, vontade e sensibilidade. Além de possuir potências na sua alma, o homem possui também instintos. Estes o ajudam a viver de um modo mais de acordo com a boa ordem das coisas criadas.

Um instinto que há no homem é o instinto de sociabilidade que faz o homem se relacionar com os outros, ter desejo de conhecer outras pessoas…

Ele é tão forte que passa por cima dos outros instintos inerentes ao homem, sobressaindo inclusive ao instinto de conservação. Por causa disso muitos homens em tempo de guerra preferem vencer o medo de batalhar a serem mal visto pelos seus amigos e parentes ou serem chamados pelos outros de covardes, de medrosos.

Deus pôs esse instinto na alma humana visando a uma unidade espiritual, para que o homem pudesse, mais facilmente, buscar a Ele, Criador. Esse desejo de se sociabilizar somente é pleno na Igreja. Na parábola do filho pródigo vemos o desejo de Deus em constituir essa família na figura do Pai acolhendo o filho que estava perdido. O mesmo se deu quando, através dos Profetas, Deus constituiu a Aliança com o povo judeu. E, por fim, com o Seu Divino Filho formando, a partir dos apóstolos, uma comunidade que tem o objetivo de arrebanhar a humanidade inteira unindo-a numa só família, comunidade esta que tendo o nome de Católica significa universal.

Jesus no alto da cruz, na Sua Sacrossanta Paixão, em meio às dores manifestou de tal forma o Seu amor para com a humanidade que, nesse cruel momento em que recebia desta a rejeição de tudo o que Ele havia feito por ela, institui a Santa Igreja Católica, nascida do lado aberto pela lança de Longinos.

Afirma o Papa Francisco que: “Na família de Deus, na Igreja, a linfa vital é o amor de Deus que se concretiza no amor a Ele ao próximo […] A Igreja é a família na qual amamos e somos amados” e conclui que “Deus convoca-nos, impele-nos a sair do individualismo, da tendência de nos fecharmos em nós mesmos, e chama-nos a fazer parte da sua família”[1].

Portanto a Igreja é o caminho que a humanidade deve buscar para ter essa relação familiar com Deus.


[1] PAPA FRANCISCO – Audiência geral na Praça de São Pedro – 29 de maio de 2013.