O Milagre de Monnerat – Rio de Janeiro

 

Durante uma aula de catequese, certa feita, uma criança levanta o braço e pede a palavra logo após o professor ter explicado sobre a grandiosidade dos milagres operados por Deus no Antigo Testamento:

– O senhor pode explicar por que nos dias de hoje não se vê tantos milagres desse porte?

A classe que pensava o mesmo e em silêncio aguardava a resposta do catequista que, com ar sereno respondeu:

– Meu caro, que boa pergunta… Após o degelo inicial, continuou.

Deus sempre cuida da humanidade. Adão foi criado a sua imagem e semelhança. Não foi atoa que o Onipotente quis constituir uma aliança com nossa natureza, encarnando-se e morrendo em uma cruz para nos salvar.

E, com o passar dos séculos, Ele sempre vela pela ordem da criação e, em especial pelo ser humano. Entretanto, mais do que ninguém, Deus sabe quais “remédios” dar nos momentos em que o homem precisa especificamente.

E sorrindo continuou.

– Você já pensou se sua mãe, quando lhe visse com uma dor de cabeça, marcasse um transplante de medula óssea para ver se curava sua possível enxaqueca?

– Nossa professor, exclamou o menino meio assustado, eu não quero fazer cirurgia não…

– Fique tranquilo… é só um exemplo. Se sua mãe que, mesmo sem ser médica sabe que isso seria um absurdo, quanto mais Aquele que é “a” Sabedoria.

E a criançada num burburinho lança a dúvida que logicamente deriva deste raciocínio:

– E qual é, dizia um menino mais corpulento do fundo, qual é a doença que o “homem” passa hoje em dia?

– Infelizmente é a perda da Fé! Talvez Deus esteja dando oportunidade de o homem exercitar sua visão sobrenatural, começando por acreditar em todas as maravilhas que fez na época que a Fé habitava mais nos corações…

– Aaaaa… Isso não vale, redarguiu o bem nutrido do fundo da sala, devia ser tão bom! Mas Deus não faz mais essas coisas hoje em dia?

– Faz, mas é preciso ter “olhos” para ver.

Nessa altura toda a classe estava nas pontas dos pés. Nesse momento, o catequista começa a contar uma história verídica, mas não muito conhecida.

– Inclusive, existem alguns fatos que até um cego consegue ver a mão de Deus no ocorrido. E um deles aconteceu aqui pertinho de vocês!

Antigamente na cidade de Monnerat, aqui perto de Nova Friburgo, havia apenas uma capela com o título de Curato.

Tendo sido aumentada a Capela e construída uma nova casa paroquial, o Bispo, D. Clemente José Carlos Isnard, elevou o Curato a Paróquia, sendo seu primeiro Pároco o Pe. Emmanuel Jardim de Souza Vieira, S. J.

Elevada a Paróquia, foi necessário adquirir uma imagem de Cristo Morto, e uma de Nossa Senhora das Dores, que vieram de São Paulo, e chegaram a 10 de fevereiro de 1989. Foram bentas dois dias depois. Passado algum tempo, três meninas pequenas, uma tinha apenas 9 anos e era pagã, disseram ao padre

– Padre Vieira, Nossa Senhora das Dores está chorando.

O Pároco não disse nada. Passado algum tempo, o sacerdote verificou que a imagem tinha o rosto todo molhado; outras pessoas adultas já haviam reparado também, mas nada disseram. No dia 2 de março, na reunião do clero do vicariato norte, ele comunicava o fato aos padres.

Mais tarde, por estar a viga que sustenta o andar superior gotejando água, embora não caísse sobre a imagem, esta foi removida para o lado esquerdo. Aí, o fato se tornou mais evidente, pois a parede apareceu toda molhada.

A imagem foi removida do corpo da Igreja no dia 30 de agosto de 1989, para o lugar onde se encontra até hoje. O mármore que reveste o lugar foi colocado mais tarde. Nesta ocasião, verificou-se que o líquido oleoso que está em gotas no teto e corre pelas paredes, não provinha de dentro, nem penetrava nas paredes ou no teto.

Perfurada a imagem que é de gesso, verificou-se ser oca e totalmente seca por dentro. Os exames feitos pelo Instituto Nacional de Tecnologia do Rio de Janeiro indicaram: óleo vegetal e água destilada. Este líquido não sai da imagem, mas é produzido pela sua presença: sendo mudada de lugar, seca, e aparece onde ela é colocada dentro da Igreja.

Este líquido, em forma de gotas ou correndo pelas paredes, nunca desaparece; lá está, dia e noite surgindo com mais intensidade em certos dias e horas e muitos romeiros voltam para agradecer graças obtidas com orações e uso do líquido oleoso!

Essa é a uma bela história, real e acontecida em nossos dias e aqui pertinho.

Quando o catequista terminou de contar o fato, dando todos esses dados colhidos na Paróquia Nossa Senhora da Guia, em um escrito do antigo pároco, os alunos se levantaram e começaram a bater palmas!

– É professor, isso alimenta nossa Fé! Disse o jovem que primeiro fez a pergunta.

– E a minha também! Redarguiu o catequista. Peçamos a Nossa Senhora que aumente nossa Fé e ajude a humanidade a ter novamente os olhos voltados mais para as coisas do Céu do que da Terra.[1] 


[1] Cf. Breve histórico sobre a Imagem de Nossa Senhora das Dores, venerada na Paróquia de Nossa Senhora da Guia, em Monnerat, Diocese de Nova Friburgo – RJ.