A Águia de Éfeso

O homem é criado por Deus e, sendo dotado de inteligência e vontade, pode ter impressões diversas em face à pluralidade de fatos que ocorrem em sua vida. Essa reação natural que o ser humano possui, pode ser mais pungente ou amena – causando eventualmente repulsa, fascínio ou talvez sob certo ponto de vista indiferença – conforme o próprio fato ou então de acordo com a disposição psicológica e espiritual do indivíduo ante o sucedido.

Assim, o homem vai como que, criando uma verdadeira galeria de impressões matrizes – que podem ser tanto fiéis quanto maior for sua proximidade de sua inocência primeva – que o ajudará a se reger até o fim de sua existência aqui na Terra.

Dentre essa variedade de impressões, não sei se se equivocaria alguém que pensasse que a que mais pode causar encanto e admiração, é o efeito que provém dos mistérios.

E assim como um alpinista, que escala um monte altaneiro, e depois se dá conta que atrás deste, existe uma vastíssima cordilheira de montanhas frondosas que se ordenam em função de um grande pico que transcende todos os outros; assim também nós, ao vislumbrar a diversidade de mistérios que a ordem do universo oferece, nos damos conta de que existem aqueles que se elevam a uma tal atitude que tocam no sagrado.

Em meio às nuvens desses mistérios, um deles tem um esplendor muito particular, que sob o prisma de muitos teólogos, deitou seus raios de luz em toda a ordem da criação, ou seja, o Mistério da Encarnação.

Porém, caminharemos desta vez não propriamente como um montanhista, mas com um ofício distinto que seria próprio a de um ourives, que sabe analisar os detalhes das dimensões e do cunho das jóias que passam por suas hábeis mãos. Contemplaremos um brilhante especial dentro do Mistério da vinda do Messias á terra e todo o drama histórico que envolveu a propagação dessa verdade.

Com efeito, será com a “lente de joalheiro” mais segura que estudaremos brevemente o cerne do Mistério da Maternidade Divina mais precisamente com a perspectiva do Concílio de Éfeso. Para isso, nos deteremos em decorrer sobre este dogma tendo como “Anjo da Guarda” São Cirilo de Alexandria um dos Santos Padres da Igreja, que por seu zelo e santidade, defendeu a verdade da Mãe de Deus, com tal nobreza e elevação que os espíritos de sua época e os de hoje se perguntam: “ele é um homem ou uma Águia”?

(Para matar as saudades, segue abaixo um pequeno vídeo de mais uma das Cantatas dos Arautos do Evangelho em Nova Friburgo)