Mensagem para o dia da mães – III

 

As mães e a virtude da paciência

Um agricultor que tenha a oportunidade de descansar sob uma frondosa laranjeira bem pode meditar sobre todas as dificuldades que aquela planta sofreu para chegar a ser tão frondosa árvore: quando ainda semente, “suportou” toda a “escuridão” da terra e ao sair de lá, pequenina e frágil, foi alvo de chuvas, ventos, tempestades, pássaros e, apesar disso foi crescendo, crescendo… “dando o melhor que tinha”, até chegar à “plenitude de sua estatura”.

Também pode meditar sobre todo o trabalho que ele teve ao deitar adubo junto às suas raízes para que florescesse magnífica, as podas e outros cuidados, enfim toda a paciência e esforço que teve ao cuidá-la, mesmo sabendo que todo o seu trabalho poderia se arrasado por uma tempestade…

Paciência, bela virtude “pela qual se sofre para um bem maior” [1], porém difícil de ser praticada quando as dificuldades se avolumam sobre a vida do homem. Entretanto, como os raios majestosos da aurora são lançados sobre a terra pelo sol, assim a paciência tem sua maior grandeza, seu maior esplendor, seu especial significado, em um “sol” chamado MÃE que a derrama como raios de luz sobre seus filhos.

Como uma pedra preciosa que, posta em contato com o sol, deixa transparecer mil brilhos e reflexos, assim é a paciência de uma mãe diante das vicissitudes da vida. A começar na geração de seu filho. As perplexidades, as dores e, sobretudo a expectativa que suporta com paciência heróica durante os nove meses de gestação a espera de seu pupilo, se transformam em júbilo e alegria quando o vê apertado em seus braços, contemplando o seu sorriso, pois entre a mãe e o filho forma-se o mais estreito vínculo físico que possa existir. A criança formou-se na mãe e da mãe.

O amor materno é o mais forte de todos os sentimentos humanos e desabrocha na paciência que toda mãe demonstra pelos filhos.

A paciência da mãe não se faz sentir somente nos primeiros anos de vida de seu filho, mas, para usarmos novamente o exemplo do sol que ao realizar seu percurso sob a abóboda celeste atinge o seu máximo fulgor ao meio-dia, assim no decorrer do crescimento do filho a mãe está sempre atenta às suas necessidades: ensina-lhe a amar, a ser generoso, entre tantas coisas, com uma paciência incomensurável, aceitando as suas limitações, fraquezas e, até mesmo, as suas ingratidões, pois o ama generosamente, sem esperar retribuição. “Ama-o no berço, quando ainda não tem capacidade de merecer o amor que lhe é dado. Ama-o ao longo de sua existência ainda que ele suba ao fastígio da glória ou role pelos abismos do infortúnio e até do crime. É seu filho, e está tudo dito!”[2]

Cabe-nos agora voltar o nosso olhar para Aquela que deu a maior prova de paciência nesta terra: Maria Santíssima. Ela teve paciência não em relação a seu Filho, mas em relação àqueles que o levaram à morte. Ao ver seu Divino Filho sofrer toda a espécie de humilhação manteve-se heróica e altiva aos pés da cruz, sentindo vivamente, a amargura da tribulação, o peso e a dureza da cruz. Porém estava inteiramente resignada às disposições da Providência.

Para as mães, cujo dia festivo se aproxima, a nossa eterna gratidão por esta extraordinária virtude da paciência praticada dia a dia. Da parte dos filhos cabe o pedido de perdão por nem sempre serem gratos e pacientes a exemplo de suas queridas mães.


[1] OLIVEIRA, Plinio Corrêa. Via Sacra [IIª Estação] Em Legionário, 6/4/1941.

[2] OLIVEIRA, Plinio Corrêa. Tradição, família, propriedade. Em Legionário, 18/12/1968.

 

(Segue abaixo um belo cartão para o dia das Mães, em resolução melhor)