Qual é a devida atenção que se deve dar aos mortos?
A 2 de novembro a Igreja promove a comemoração de todos os fiéis defuntos, de modo especial todos os que morreram e não são lembrados nas orações. Desde o século XIII, com a origem no mosteiro beneditino de Cluny, a Igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava. A Igreja aprova e recomenda o louvável costume de sufragar as almas dos parentes, benfeitores, amigos e conhecidos mediante a aplicação de missas pelo seu eterno descanso. Nesta data, a Igreja especialmente celebra três missas em favor dos fiéis defuntos. O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados.
As almas são purificadas após a morte
Ao nos ensinar sobre esta matéria, diz o nosso Catecismo: “Aqueles que morrem na graça e na amizade de Deus, mas imperfeitamente purificados, estão certos da sua salvação eterna, todavia sofrem uma purificação após a morte, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu” (CIC, §1030). Não pode entrar em comunhão perfeita com Ele quem ainda tem resquícios de pecado na alma. O autor da Carta aos Hebreus diz que: “sem a santidade ninguém pode ver a Deus” (Hb 12, 14). Então, a misericórdia de Deus dá-nos a oportunidade de purificação mesmo após a morte, no Purgatório.
No dia de Finados, não festejamos a morte celebramos sim, nossa fé na ressurreição e a esperança do encontro com Deus, lembramos e agradecemos a vida de nossos ascendentes, aqueles que nos antecederam na vida e na fé (pais, avós, parentes e amigos). Veneramos seus exemplos e imitamos sua fé (Hb 13,7). Acendemos velas para lembrar que a luz de Cristo os ilumina e também nossos corações. Enfeitamos as sepulturas com flores, símbolo da ressurreição.
Não só é coisa santa, porque sumamente meritória, o sufragar os finados, mas também é salutar porque nos leva a pensarmos seriamente em nossa própria morte e a formularmos bons propósitos, para vivermos na contínua preparação ao grande dia de nossa saída deste mundo. “Bem-aventurado o homem que, quando o Senhor vier buscá-lo, estiver preparado”.
Nossa morte não é um fim. É nossa páscoa, nossa passagem para a casa de Deus.
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