Casal brasileiro a caminho dos altares

No dia 18 de janeiro, a Arquidiocese do Rio de Janeiro abriu o processo para a beatificação de Zélia e Jerônimo, casal que morou na Tijuca e teve 13 filhos, nove deles dedicados à vida religiosa.

A Abertura Canônica do Processo de Beatificação do casal foi assinada pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, na Paróquia Nossa Senhora de Copacabana. Na primeira fase do processo, uma comissão arquidiocesana vai analisar documentos e ouvir pessoas relacionadas à vida dos candidatos.

Zélia Pedreira Abreu Magalhães nasceu em 1857, em Niterói, e morreu em 1919, no Rio. Já Jerônimo de Castro Abreu Magalhães nasceu em Magé, em 1851, e morreu em 1909, em Carmo. Eles se casaram em 27 de julho de 1876, na Barra da Tijuca. Dos 13 filhos, quatro morreram e todos os outros ingressaram na vida religiosa (3 homens e 6 mulheres, abraçaram diferentes ordens religiosas – Lazarista, Jesuíta e Franciscano; 4 Dorotéias e 2 do Bom Pastor). O mesmo caminho foi feito por Zélia. Quando ficou viúva, ela entrou para a Congregação do Sacratíssimo Coração, no Largo do Machado.

Dom Roberto Lopes, delegado arquiepiscopal para a Causa dos Santos da Arquidiocese do Rio, lembra que casais beatificados na Igreja Católica são raros. Segundo ele, chegou-se a pensar em abrir o processo apenas para Zélia, mas foram constatadas as virtudes de Jerônimo e o processo contempla os dois. “Zélia era mães zelosa e Jerônimo era muito generoso. Pagava salário aos escravos e providenciava saúde e educação para eles”.

A primeira tentativa de tornar Zélia beata foi em 1937, quando Monsenhor Castelo Branco, então pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Copacabana, fez o translado do corpo para a igreja. “Grande multidão seguiu o cortejo. Não sabemos por que o processo não foi iniciado à época”, conta Dom Roberto.

 

Fonte: Jornal Niterói Católico. Fev/2014, p. 5.