O hábito faz o monge
O mundo gira e as notícias o acompanham. Em abril de 2012 “O Globo” publicava uma notícia interessante, por ir contra a voz corrente: “Sim, o hábito faz o monge, mostra pesquisa”.
Tratava-se de um estudo realizado por pesquisadores da Northwestern University, em Illinois, denominado de Cognição Incorporada.
O líder dos pesquisadores – Adam Galinsky – explica que: “pensamos não apenas com nossos cérebros, mas com nossos corpos, e nossos processos de pensamento estão baseados em experiências físicas que provocam conceitos associados abstratos. Agora, parece que estas experiências incluem as roupas que vestimos. A experiência de lavar as mãos, por exemplo, está associada à pureza moral e a julgamentos éticos”.
“Para os cientistas, um dos pontos mais interessante do estudo é a possibilidade de compreender se o significado da roupa que vestimos afeta nossos processos psicológicos: ele altera a forma como nos aproximamos e interagimos com o mundo? Na opinião do psicólogo e autor do livro ‘Homens invisíveis’ (Editora Globo), Fernando Braga da Costa, a resposta é: sim”.
Sem dúvida a roupa não é um simples tecido jogado sobre o corpo. Ela exerce uma influência em quem a veste e sobre as outras pessoas.
Curiosamente, neste quente mês de fevereiro, o mesmo jornal traz uma notícia que choca de frente com a anterior: “Homens cariocas podem, enfim, celebrar o verão da bermuda”.
Quase 600 empresas no Brasil aderiram ao site “Bermuda sim”, permitindo a seus funcionários comparecem ao trabalho usando bermudas. “Aos poucos, até instituições tradicionais como a Academia Brasileira de Letras começam a aceitar visitantes de bermuda”.
Em 1986, alunos do colégio Santo Agostinho fizeram um protesto pela liberação do uso da bermuda no colégio. Quase trinta anos depois não só os jovens estudantes as usam, mas até mesmo homens maduros o fazem em ambiente de trabalho.
Ao longo dos anos argumentos como o intenso calor e o anacronismo, entre outros, serviram para a democratização geral dos costumes e dos trajes, levando a humanidade a extremos de vulgaridade inimagináveis, deixando estudos sérios como a “Cognição Incorporada” na lata do lixo.
Qual será o próximo passo e quais as consequências que trará?
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