O Dom de Piedade
Pelo Sacramento do Batismo “somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus”[1]. Já o Sacramento da Confirmação “produz crescimento e aprofundamento da graça batismal: enraíza-nos mais profundamente na filiação divina, que no faz dizer ‘Abba, Pai’ (Rm 8,15); aumenta em nós os dons do Espírito Santo”[2] entre outros benefícios.
Regenerados filhos de Deus pelo Batismo e aprofundados na filiação divina pela Confirmação, devemos viver, de fato, como bons filhos de tão bondoso Pai. Esta “afeição filial para com Deus e uma terna devoção para com as pessoas ou coisas divinas, para nos fazer cumprir com santo fervor os nossos deveres religiosos”[3] nos é dada pelo Dom de Piedade.
Deus é um Pai que nos ama até o extremo de entregar seu Filho, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade que assume nossa natureza decaída, para que, por sua morte na cruz, fossemos redimidos.
Na medida em que vivemos esta filiação divina, torna-se uma necessidade para a alma adorar a Deus com mais fervor, como a um Pai que muito se ama. Assim, a vida de piedade não se torna árdua, mas, pelo contrário, passa a ser o desabrochar de um coração que ama. Passamos a ter uma confiança filial que se manifesta na oração suscitada pelo próprio Espírito Santo.
Devemos cultivar o Dom de Piedade meditando com frequência as passagens das Sagradas Escrituras que se referem a Deus como Pai, como uma carta que Ele nos envia, buscando antes a Sua glória que a nossa consolação; bem como, seguir o conselho que São Paulo dá a Timóteo: “Quanto às fábulas profanas, estes contos extravagantes de comadres, rejeita-os. Exercita-te em obras de piedade. O exercício corporal é de pouco proveito, mas a piedade para tudo é útil, porque tem a promessa da vida presente e futura (1Tm 4, 7-8).
Vivendo com docilidade o Dom de Piedade obtêm-se a serenidade em todas as circunstâncias da vida, pois Deus não abandona quem se abandona em seus braços.
Não podemos deixar de sublinhar que este Dom do Paráclito leva-nos a amar e venerar Sua Esposa, a Virgem Santíssima, nossa Mãe, por ser Ela a que vive de modo perfeito o Dom de Piedade.
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