Nascidos no Batismo e alimentados pela Eucaristia
Caros amigos, há uma vida que nasce quando somos incorporados a Cristo pelo Sacramento do Batismo (Cfr. Catecismo, 1267) e “se renova, fortalece e aprofunda” pela constante comunhão na Eucaristia (Cfr. Catecismo, 1396). Esta vida não se confunde com a saúde física, mas a supera infinitamente.
De fato, sabemos que avida enquanto saúde física é importante, entretanto a vida cristã pode ser plena em indivíduos com graves problemas físicos e moribundos. Além disso, lamentavelmente é possível que pessoas em plena saúde do corpo estejam mortas em sua alma “por causa das transgressões e pecados” (Ef 2,1).
Ao olhar com veneração para tantos santos que escreveram com suas vidas a verdadeira história da Igreja, podemos intuir a existência de uma vitalidade que ultrapassa os limites dos estados de saúde, das classes sociais, das raças e podemos afirmar também que ultrapassa os limites do tempo histórico e do país ou continente em que viveram.
Verdadeiramente, a vida que Cristo nos oferece tem algo de universal e atemporal, pois é capaz de encher de plenitude a todos os homens e mulheres dos diversos tempos e nos diversos condicionamentos. A missão da Igreja é levar esta vida plena até os confins da terra, como nos ordenou o Mestre: “Fazendo discípulos entre todas as nações e batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E ensinando a observar tudo o que vos tenho ordenado” (Mt 28, 19-20).
Aqueles que recebem esta graça de tornarem-se filhos de Deus por meio de Cristo (Cfr. Jo 1, 12) e têm a força de viver a radicalidade do amor, na mais plena gratuidade e com o compromisso de tornar o mundo expressão deste mesmo amor. Fiéis à força que receberam, os cristãos podem elevar o mundo até Deus e torná-lo mais eucarístico, mais justo, mais fraterno, mais submisso ao Deus verdadeiro.
Na verdade, uma das vertentes da missão da Igreja é destronar muitos “falsos deuses” e “falsos senhores” que, fabricados pela ignorância e maldade dos homens, ceifam vidas todos os dias: assim o ídolo do “possuir”, do “prazer” e do “poder” continuam ameaçando a vida cristã, seja em sua existência individual, seja em sua subsistência comunitária. A Eucaristia, quando recebida e vivida com consciência, é um remédio para estes males, pois, como nos ensina o Catecismo, ela “aumenta nossa união com Cristo, separa-nos do pecado, nos une à Igreja, nos compromete com os pobres e promove a unidade dos cristãos” (Cfr. Nn. 1391-1396).
Que o Ano Eucarístico Diocesano nos ajude a ter vida plena!
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