Descansem em paz
Caros amigos, em todos os continentes da Terra a Igreja celebrou no domingo passado a “Comemoração de todos os fiéis defuntos”, conhecida como “Dia dos finados”. A celebração deste dia baseia-se, antes de tudo, na crença na “ressurreição dos mortos”, como nos ensina Nosso Senhor Jesus Cristo, no Evangelho: “Eu Sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11, 25-26) e ainda: “Ele é Deus não de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele” (Lc 20, 38).
A Sagrada Escritura nos recorda ainda que “a morte entrou no mundo por causa do pecado” (Cfr. Rm 5, 12) e que ela é o “último inimigo a ser vencido” (Cfr. 1Cor 15, 26). De fato, Jesus, plenamente vitorioso, venceu a morte e nos deu, com isto, a promessa e a posse de uma vida que não está limitada pelo tempo, mas que é eterna. Somente em sua segunda vinda gloriosa Cristo banirá definitivamente a morte de nosso mundo (Cfr. Ap 21, 4).
Entretanto, a morte sempre desafia o homem. Ninguém pode negar sua existência. Sua realidade dura e fria nos interpela! Do mesmo modo, ela nos faz pensar na transcendência de nossa vida e nos verdadeiros valores que devemos cultivar.
Todos morrem e, aparentemente, também desaparecem os sonhos, conquistas e valores dos que morrem. Esta “hora” chegará para ricos e pobres, sábios e simples, grandes e pequenos: Quem pode aumentar algum momento da vida? (Cfr. Mt 6, 27). Depois da morte, resta à criatura humana comparecer diante do juízo de Deus que dará a cada um a recompensa que merece: “No entardecer de nossa existência, seremos julgados sobre o amor” (In: Catecismo, 1022).
Assim, a morte inaugura uma nova etapa no viver, pois finda o “tempo dos sacramentos” e se consuma o novo nascimento iniciado no Batismo, aquela “semelhança” definitiva com Jesus Cristo, pois o cristão morre com Cristo, deixa este corpo para recebe-lo transformado junto do Senhor.
Além disso, “a igreja terrestre, desde os tempos primeiros da religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos defuntos (…) e também ofereceu sufrágios em favor deles. Nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz sua intercessão por nós” (Catecismo, 958).
Por isso visitamos os túmulos de nossos entes queridos, para demonstrarmos nossa união com eles em Cristo, rezar por sua bem-aventurança eterna e fazer crescer em nós a esperança de sermos todos, um dia, reunidos no Céu.
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