AS CONGREGAÇÕES MARIANAS

Com a retirada da Igreja no campo temporal o laicismo[1] encontrou um campo favorável para atacar a religiosidade do povo brasileiro. No final da década de 1920, no entanto, o panorama religioso pode contar com o reflorescimento das Congregações Marianas “atraindo à prática religiosa grande número de jovens e desfazendo o mito de que a Religião era apropriada para senhoras, mas não para os homens”[2]. Em poucos anos o movimento Mariano estendeu Congregações por toda a capital paulista atraindo pessoas de todas as profissões e categorias sociais, sendo necessária a fundação da Federação das Congregações Marianas para coordenar este avanço.

 

AÇÃO UNIVERSITÁRIA CATÓLICA DE SÃO PAULO

Como fruto das Congregações Marianas nasce em abril de 1929 a Ação Universitária Católica (AUC), “entidade que se propõe à afirmação, à difusão, à atuação e à defesa dos princípios católicos, não só de estudante para estudante, mas de estudante para família e para a pátria”[3]. Os membros da AUC buscavam “imprimir à vida acadêmica um cunho nitidamente católico”[4]. Conforme Dias[5] os estudantes católicos se reuniram em um embate contra a indiferença intelectual, a dissipação moral e o pragmatismo reinante.

 


[1] O laicismo é uma forma de ateísmo, e portanto de igualitarismo. Ele afirma a impossibilidade de se ter certeza da existência de Deus. De onde, na esfera temporal, o homem deve agir como se Deus não existisse. Ou seja, como pessoa que destronou a Deus. (CORRÊA DE OLIVEIRA, Revolução e contra revolução. 5a. ed. San Pablo: Retornarei, 1993. p.67.)

[2]  CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Opera omnia. Vol. 2. Retornarei: São Paulo, 2009, p.2.

[3]  CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Opera omnia. Manifesto Aucista. Em: O AUC, São Paulo, ano I, Nº 1 (Out., 1930); p.1.

[4]  Ibid., p.1.

[5] DIAS, Romualdo. Imagens de ordem: a doutrina católica sobre autoridade no Brasil, 1922-1933. São Paulo: UNESP, 1996. p.99.