O equilibrista

Conta-se que dois amigos ganhavam a vida nas cataratas do Niágara. Um era experiente equilibrista. Em um cabo de aço, que passava por cima de uma das cascatas, ele fazia impressionantes demonstrações de equilibrismo. Enquanto isto, o outro arrecadava as contribuições dos turistas estupefatos.

Passado o tempo as doações diminuíram obrigando o equilibrista a criar novas demonstrações. Resolveu, então, atravessar o cabo conduzindo um carrinho de mão. Novo sucesso, pois os turistas não podiam acreditar no que viam. Como consequência, a entrada de recursos voltou a aumentar.

Como não podia deixar de acontecer, mesmo esta inovação ficou desgastada. Era preciso algo mais. Uma ideia genial surgiu! Disse ao amigo coletor de contribuições: Amanhã vou passar conduzindo o carrinho e você estará sentado nele. Será um sucesso!

O amigo não pode acreditar e, imediatamente, redarguiu: Isto não! Somos amigos, confio em você, mas não estou disposto a arriscar minha vida, sentando-me neste carrinho!

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Deste fato imaginário podemos tirar um precioso ensinamento.

Gostamos de nos beneficiar da generosidade de Deus, mas nem sempre estamos dispostos a aceitar aquilo que Deus nos pede.

Algumas vezes Deus nos convida a “sentarmos no carinho”, pois assim ele poderá nos dar muito mais, no entanto, em nosso egoísmo muitas vezes, respondemos: “Isto não!”

Sejamos generosos com aquele que é a Generosidade e os maiores beneficiados seremos nós mesmos.

Não tenhamos medo, como nos ensina Mons. João S. Clá Dias[1] – fundador dos Arautos do Evangelho: “Nas circunstâncias mais difíceis, quando o sofrimento nos assaltar, deitando sua negra sombra sobre nossa vida, lembremo-nos de que nunca padecemos sozinhos, pois há Alguém que também passa ao nosso lado e nos acompanha com seu olhar, porque nos ama com um Coração de Pai compassivo e deseja a nossa salvação eterna”.