Ano novo, nova etapa em busca da felicidade

Chegamos ao fim do ano de 2013. Costuma-se fazer nessa ocasião um retrospecto do ano que termina apontando para o ano entrante. Deus criou o tempo de tal forma que os homens pudessem dividi-lo em horas, dias, semanas, meses e anos. “Esta duração anual, unidade sempre igual a si mesma, é admiravelmente proporcionada à extensão da existência humana e ao ritmo dos acontecimentos terrenos. Quis a Providência que a inexorável cadência dos anos proporcionasse aos homens, nos dias que servem de ponte entre o ano velho e o ano novo, a ocasião para um exame atento de tudo quanto neles e em torno deles se foi mudando, para uma análise serena e objetiva dessas mudanças, para uma crítica dos métodos e rumos velhos, para a fixação de métodos e rumos novos, para uma reafirmação dos métodos e dos rumos que não podem nem devem mudar”[1].

Em nosso artigo não ousaremos fazer uma retrospecto global deste ano que chega ao termo – outros o farão -, mas convidamos o leitor a fazer uma retrospectiva pessoal destes últimos 365 dias. “De algum modo, pois, cada fim de ano se parece com um Juízo, em que tudo deve ser medido, contado e pesado, para a rejeição do que foi mau, a confirmação do que foi bom, e o ingresso em uma etapa nova”[2]. A busca pela felicidade continua.

“Se pararmos para pensar, perceberemos que a felicidade é a consequência da queda dos ídolos pessoais que colocamos como substitutos de Deus. Quando acreditamos que nossa felicidade depende da aquisição de um produto, do resultado de uma avaliação, do cumprimento de nossos planos, ou de qualquer outra criatura; percorremos um caminho de frustração, pois sobre estas bases tão pobres não podemos construir o edifício de nossa felicidade.

“Os santos o demostram maravilhosamente, quando perseveram, mesmo contra este mundo, em cumprir os mandamentos de Deus. O início dos bons propósitos é a fé, que dá a certeza do que o coração humano almeja. A isto se acrescenta a virtude da fortaleza, para vencer os obstáculos do caminho, que não pode ser abandonado. Uma vez no caminho certo, precisa-se conhecer melhor a Palavra de Deus e a si mesmo, para dominar as paixões. A perseverança no domínio próprio alcança a constância no bem. A virtude da piedade é a ternura filial para com Deus, que desvia o homem de um caminho de mera perfeição pessoal, para a participação na vida divina pelo amor. A vida de fraternidade e o amor são testemunhos para o mundo, de nossa pertença a Deus: ‘Nisto conhecerão todos que sóis os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros’ (Jo 13,35).[3]

Espero que esse convite seja um contributo positivo aos leitores que acompanharam nossos artigos ao longo do ano de 2013 e, certamente, continuaram a fazê-lo em 2014. Que o olhar de Maria Santíssima auxilie a cada um nesta tarefa de analisar, medir, pesar, corrigir os defeitos e aprimorar as próprias qualidades em busca da felicidade perene.


[1] OLIVEIRA, Plinio Corrêa de. Ide e construí um mundo novo. São Paulo: Revista Catolicismo, nº 97, jan. 1959.

[2] Idem.

[3] MATTOSO, Edney  Gouvêa. Feliz aquele que ama o Senhor. Nova Friburgo: A Voz da Serra, 31 de dezembro de 2013.