No dia 15 de dezembro, os Arautos do Evangelho animaram a liturgia na missa da Paróquia do Imaculado Coração de Maria, São Pedro e São Paulo em Duas Pedras. Ao cabo da celebração, os jovens músicos pertencentes ao Projeto Futuro e Vida, realizaram uma Cantata Natalina para o público animado e presentearam o pároco – Pe. Sérgio Vitorino da Silva – com dois volumes da mais nova obra de Monsenhor João Clá; “O inédito sobre os Evangelhos”.
(Uma pincelada sobre os padroeiros desta paróquia)
São Pedro e São Paulo
Desde o distante século quarto se celebrava uma festa em memória dos Santos Pedro e Paulo no mesmo dia, ainda que o dia não fosse o mesmo no Oriente e em Roma. O Martirológio Sírio, de finais do século quarto, que é um extrato e um Catálogo Grego de santos da Ásia Menor, indica as seguintes festas em conexão com o Natal (25 de dezembro): 26 de dezembro, Santo Estêvão, 27 de dezembro, São Tiago e São João; 28 de dezembro, São Pedro e São Paulo.
A festa principal dos Santos Pedro e Paulo foi mantida em Roma na data de 29 de junho desde o século terceiro ou quarto. A lista de festas de mártires no Cronógrafo de Filócalo coloca esta nota na data “III. Kal. Jul. Petri in Catacumbas et Pauli Ostiense Tusco et Basso Cose” (= o ano 258). O “Martyrologium Hieronyminanum” tem, no Berne MS., a seguinte nota para o dia 29 de junho: “Romae via Aurelia natale sanctorum Apostolorum Petri et Pauli, Petri in Vaticano, Paulo in via Ostiensi utrumque in catacumbas, passi sub Nerone, Basso et Tusco consulibus” (ed. De Rossi Duchesne, 84).
A data 258 nas notas revela que a partir desse ano se celebrava a memória dos dois Apóstolos em 29 de junho na Via Apia ad Catacumbas (perto de São Sebastião “fuori le mura”, fora dos muros), pois nesta data os restos dos Apóstolos foram trasladados para o local descrito acima. Mais tarde, talvez com a construção da Igreja sobre as tumbas no Vaticano e na Via Ostiensi, as relíquias restos foram restituídas a seu anterior local de descanso: os de São Pedro na Basílica Vaticana e os de São Paulo na Igreja na Via Ostiensi.
No local Ad Catacumbas foi construída, no longínquo século IV, uma igreja em honra aos dois Apóstolos. Desde o ano 258 guardou se a festa principal em 29 de junho, data em que desde tempos antigos celebrava se os Serviço Divino solene nas três igrejas acima mencionadas (Duchesne, “Origenes du culte Chretien”, 5o ed., Paris, 1909, 271s, 283s, Urbano, “Ein Martyrologium der christl. Gemeinde zu Rom an Anfang des 5. Jahrh”, Leipzig, 1901, 169s; Kellner, “Heortologie”, 3o ed., Freiburg, 1911, 210s.).
A legenda procurou explicar que os Apóstolos ocupassem temporariamente o sepulcro Ad Catacumbas mediante a suposição que, em seguida da morte deles os Cristãos do Oriente desejassem roubar seus restos e levá los para o Leste. Toda esta história é, evidentemente, produto da lenda popular.
Uma terceira festividade dos Apóstolos tem lugar em 1 de agosto: a festa das Correntes de São Pedro (São Pedro in Vincoli). Esta festa era originalmente a de dedicação da igreja do Apóstolo, erigida na Colina Esquilina no século IV. Um sacerdote titular da Igreja, Filipo, foi delegado papal ao Concílio de Éfeso no ano 431. A igreja foi reconstruída por Sixto II (432) às custas da família imperial Bizantina. A consagração solene pode ter sido em 1o de agosto, ou este foi o dia da dedicação da igreja anterior. Talvez este dia tenha sido escolhido para substituir as festas pagãs que se realizavam em 1o de agosto. Nesta igreja, ainda de pé (S. Pedro em Vincoli), provavelmente se preservaram, desde o século quarto, as correntes de São Pedro que eram muito grandemente veneradas, sendo consideradas relíquias preciosas os pequenos pedaços de seu metal.
Desse modo, essa igreja, desde muito antigamente, recebeu o nome de in Vinculis, convertendo se a festa de 1o de agosto na festas das correntes de São Pedro (Duchesne, op. Cit. , 286s; Kellner, loc, cit., 216s.). A memória dos Santos Pedro e Paulo foi mais tarde relacionada com os lugares da antiga Roma: a Via Sacra, nas proximidades do Foro, onde se dizia que foi atirado ao solo o mago Simão por força da da oração de São Pedro e o cárcere de Tullianum, ou Cárcere Mamertinus, onde se supõe que foram mantidos aos Apóstolos até sua execução.
Também em ambos lugares foram erigidos santuários dos Apóstolos. O cárcere Mamertino ainda permanece quase em seu estado original, desde a longínqua época Romana. Estas comemorações locais dos Apóstolos estão baseadas em lendas e não há celebrações especiais nas duas igrejas. Entretanto, não é impossível que São Pedro e São Paulo tenham sido confinados na prisão principal de Roma, na fonte do Capitólio, da qual fica como um resto o atual Cárcere Mamertinus.
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