Epifania
A epifania é a festa da manifestação do Homem Deus a todos os povos. Comenta Mons. João Clá Dias[1], fundador dos Arautos do Evangelho, que no Natal Deus se manifesta como Homem e na Epifania esse mesmo Homem se revela como Deus.
No Oriente antigo esta festa lembrava três grandes episódios da vida do Salvador: a visita dos Reis Magos, o Batismo do Senhor e o milagre nas Bodas de Caná na Galileia. Em nossos dias a festa do Batismo é comemorada no domingo entre os dias 7 e 13 de janeiro, o milagre de Caná não é contemplado na Liturgia, ficando a Epifania marcada de modo especial pela chegada da caravana dos poderosos Reis que se prostraram diante do Menino Deus para adorá-Lo (cf. Mt 2, 11).
Uma belíssima estrela, símbolo da Igreja, guiou os Magos até Jerusalém e, depois de uma entrevista com o tirano e cruel Herodes, indicou-lhes o local da gruta de Belém de Judá, onde “acharam o Menino com Maria, sua mãe” (Mt 2,11). É difícil imaginar qual terá sido a alegria que invadiu a alma destes piedosos monarcas ao ver o Rei dos reis nos braços da Rainha do Universo. Prostrados o adoraram e “abrindo seus tesouros, ofereceram-Lhe como presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2,11).
No ouro reconheceram a realeza daquele Menino, no incenso sua divindade e na mirra sua natureza humana que seria um dia depositada em um sepulcro, pela ingratidão dos homens a quem Ele veio salvar.
Também nós somos convidados a presentear a Jesus não só no Natal ou na Epifania, mas em todos os dias de nossas vidas. Devemos Lhe oferecer o ouro da submissão à sua realeza, o incenso de um desejo sério de buscar a santidade cujo perfume homenageará sua divindade e a mirra dos sofrimentos aceitos com resignação como Ele os aceitou em sua humanidade.
[1] SCOGNAMIGLIO CLÁ DIAS, João. O Inédito sobre os Evangelhos. Libreria Editrice Vaticana. Vol. V, p. 145.
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