Aos pés da Virgem Aparecida

     Para finalizar a viagem de férias com chave de ouro os Arautos do Evangelho de Nova Friburgo visitaram a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, onde agradeceram à Padroeira do Brasil por tantas e tantas graças recebidas nessas abençoadas férias de 2013. Todas as famílias foram incluídas nestas preces, e, sem dúvida a Virgem Mãe Aparecida sorriu para todos, estendendo seu celestial manto por todos os rincões do Brasil católico que tem em seu horizonte Nosso Senhor de braços abertos nos mostrando seu amor em seu Sagrado Coração!

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     Para os que não ainda não conhecem a história da aparição da imagem de Nossa Senhora, aqui vai um pequeno resumo.

O encontro da Imagem

     Esta maravilhosa história começa em outubro de 1717. Nesta época, o Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, depois de tomar posse no governo da capitania de São Paulo, estava a caminho de Minas Gerais acompanhado por uma numerosa comitiva de cavaleiros. Após seguir o curso do rio Paraíba, havia chegado à vila de Guaratinguetá.
A Câmara Municipal havia feito preparativos para receber os visitantes. Neste sentido, as autoridades locais convocaram os pescadores da região para fornecer peixes para o banquete que seria oferecido ao fidalgo português.
Entre os pescadores que lançaram suas barcas nas águas do rio, encontravam-se Felipe Pedroso, João Alves e Domingos Garcia. Após numerosas tentativas, nas quais as redes voltavam sempre vazias, o desânimo começou a dominá-los. Felipe, desanimado estava quase desistindo, mas Domingos e João continuavam a tentar esperando um milagre.
Depois de vários lançamentos sem sucesso, João Alves, ao recolher a sua rede, notou alguma coisa presa na mesma. Surpresos os pescadores viram que se tratava de uma pequena imagem de barro, que, entretanto, estava sem a cabeça. Lançando a rede um pouco mais abaixo, surpreendentemente, o mesmo pescador recolheu a cabeça da imagem, o que, sem dúvida, deixou-os maravilhados.
Reconheceram a imagem como de Nossa Senhora da Conceição, pois calcava a lua debaixo dos pés. Ali mesmo na barca eles rezaram e veneraram a Imaculada Conceição, naquela imagem de barro, que mais tarde seria reverenciada como a Rainha e Padroeira do Brasil. A partir deste momento, a presença da imagem na barca operou um milagre semelhante ao ocorrido na barca de Pedro com a presença de Nosso Senhor: a pesca milagrosa, narrada na Bíblia (Lc 5, 3-11). De fato, a partir daquele achado, a barca dos três pescadores transbordou de peixes.
Começaram a chamar a imagem de “aparecida”. Esta foi levada por Felipe Pedroso que a conservou na sua casa por 15 anos. Seu filho Atanásio, que foi presenteado com a mesma, construiu um altar com paus, e ali os primeiros devotos começaram a rezar o terço.

Os primeiros milagres

     Numa ocasião, durante a reza do terço por um grupo de devotos diante da imagem, as velas se apagaram sem que houvesse vento. Silvana Rocha apressou-se a ir acendê-las, mas elas se acenderam novamente sozinhas. Em outras ocasiões, ouviam-se ruídos e estrondos e o altar rústico tremia, sem que ninguém o tocasse. Compreenderam então que Nossa Senhora estava desejosa de operar prodígios, e para atende-la, foi erguida uma capelinha com o apoio do vigário da paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá.
Um milagre que muito contribuiu para a divulgação da devoção à Senhora Aparecida, foi o ocorrido com o escravo Zacarias. Fugido de uma fazenda do Paraná, foi capturado no vale do Paraíba por um capitão-do-mato, que o levava preso. Quando passavam pela capelinha da Aparecida, Zacarias rezou com tanta fé que as argolas e a corrente lhe caíram aos pés! Seu senhor sabedor do ocorrido deu-lhe prontamente a liberdade. Zacarias tornou-se então um devoto e propagador da devoção.
Em 1743 o culto a Nossa Senhora sob a invocação de Conceição Aparecida foi aprovado pelo bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei João da Cruz, diocese a que pertencia o lugar, na época.
Em 1745 foi inaugurada uma igreja maior para comportar o afluxo de romeiros
Os jesuítas pregaram uma missão em Aparecida em 1748 e nas crônicas da época encontramos: “Aquela imagem moldada em argila… é famosa pelos muitos milagres realizados. Muitos afluem de lugares afastados, pedindo ajuda para suas próprias necessidades”.

Aparecida e a Independência do Brasil

     Na viagem que empreendeu a São Paulo o príncipe D. Pedro quis deter-se diante da Imagem da Aparecida para pedir a sua proteção. Preocupado com a situação de confronto com Portugal, prometeu consagrar o Brasil à Senhora da Conceição caso as coisas corressem favoravelmente. Este fato ocorreu em 22 de agosto de 1822. Quinze dias depois, a 7 de setembro, na colina do Ipiranga, nascia o Brasil independente. Uma placa na Basílica Velha narra o ocorrido. Vemos que assim, a Senhora Aparecida vela pelo nosso país desde o seu nascedouro.

Outros milagres marcantes

     Um homem inimigo da religião veio de Cuiabá com a intenção sacrílega de entrar a cavalo na igreja e derrubar a milagrosa imagem. O sacrilégio, entretanto não foi permitido: uma pata do cavalo ficou presa numa pedra da escadaria. Esta pedra conserva-se até hoje no museu da Basílica Nova com a marca de uma ferradura.
Uma menina cega de nascença morava com a mãe em Jaboticabal, interior de São Paulo. Seu tio ia sempre em peregrinação a Aparecida e depois contava as histórias dos milagres ali ocorridos para a sobrinha. A menina pediu à mãe para irem também em peregrinação, e como eram pobres, tiveram que pedir esmolas pelo caminho. Depois de semanas de viagem, a menina exclama: Olha mãe! Aquilo não será a igreja de Nossa Senhora Aparecida? A mãe emocionada perguntou: Minha filha, você está enxergando? Perfeitamente, mamãe! De repente veio uma luz que clareou a minha vista. Este caso deu-se em 1874.

A Princesa Isabel

     A princesa Isabel, herdeira do trono brasileiro, doou um manto riquíssimo para a Imagem enfeitado com vinte e um brilhantes, representando as vinte províncias do Império e mais um para a capital, para agradecer os favores recebidos. Ofereceu ainda à Senhora Aparecida uma riquíssima coroa de ouro cravejada de brilhantes (24 diamantes maiores e 16 menores). Esta coroa serviu vinte anos depois para a solene coroação da Imagem por ordem do papa São Pio X.

A Basílica Velha

Com a chegada da Estrada de Ferro Central do Brasil a Aparecida, em 1877, o número de romeiros cresceu consideravelmente. Assim, uma igreja mais ampla passou a ser inadiável. Erguida no mesmo local da igreja existente, a chamada Basílica Velha, até hoje utilizada, foi inaugurada em 1888.

Coroação da Rainha do Brasil

     Para comemorar o cinqüentenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, e com a aprovação do Papa então reinante, São Pio X, foi realizada em setembro de 1904 a consagração do Brasil a Nossa Senhora Aparecida, e a coroação da Imagem milagrosa por Dom José de Camargo Barros, bispo de São Paulo, com a coroa oferecida anos antes pela Princesa Isabel.
Quatro anos mais tarde o mesmo São Pio X concedia ao Santuário de Aparecida o título de Basílica Menor, e enriqueceu com indulgências plenárias as peregrinações a Aparecida.

Padroeira do Brasil

     Em 1929 Aparecida foi sede de um Congresso Mariano, ocasião em que, tendo em vista as graças e favores que Ela derramava por todo o país, os bispos brasileiros enviaram ao papa Pio XI um pedido para que a Senhora Aparecida fosse proclamada Padroeira do Brasil.
O papa atendeu ao apelo do episcopado, assinando no dia 16 de julho de 1930 o decreto que concretizou tão feliz iniciativa.
Conduzida em um vagão-santuário, a Imagem foi transportada para o Rio de Janeiro, onde em 31 de maio de 1931 em meio a uma imensa multidão, o cardeal Dom Sebastião Leme, Arcebispo do Rio de Janeiro, proclamou a Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil.

Criação da Arquidiocese – Basílica Nova

     Em 1958, tendo em vista a sua importância espiritual, o papa Pio XII criou a Arquidiocese de Aparecida. Como a chamada Basílica Velha já não atendia ao afluxo de romeiros, os bispos brasileiros resolveram construir uma nova igreja monumental, cujo altar mór seria solenemente consagrado em 1980 pelo Papa Beato João Paulo II.

Rosa de Ouro

     Em 1967, para comemorar os 250 anos do encontro da Imagem milagrosa, o papa Paulo VI enviou à Basílica de Aparecida a Rosa de Ouro, artística jóia com que os Sumos Pontífices costumam honrar os santuários mais procurados da Cristandade.

Continuidade dos milagres

     A ação sobrenatural de Deus por meio da Virgem Aparecida continuou através dos tempos. A Sala das Promessas na Basílica Nova atesta centenas de casos de graças alcançadas e de fatos milagrosos ocorridos, mostrando que a Santíssima Virgem tem uma especial predileção pelo Brasil e indicando que uma grande missão em prol da Cristandade aguarda a nossa nação.