Revelações do Sagrado Coração de Jesus a Soror Josefa Menendez

Corro no encalço dos pecadoresmás para lhes perdoar!

O mundo corre para a perdição. Procuro almas que reparem tantas ofensas feitas à Majestade divina e meu Coração se consome no desejo de perdoar… Sim, perdoar àqueles filhos queridos pelos quais derramei todo o meu Sangue. Pobres almas, quantas se perdem… quantas se precipitam no inferno! (p.181)

[Josefa pede perdão.]

Aquele que nunca precisa de perdão não é o mais feliz, mas antes aquele que teve de se humilhar muitíssimas vezes. (p.196)

Não pode saber quanto se alegra meu Coração perdoando faltas que são de pura fragilidade. Não te aflijas. É por seres tão fraca que fitei os Olhos em ti. (p.200)

Não quero dizer que uma alma fique libertada de seus defeitos e de suas misérias pelo simples fato de ter sido escolhida por Mim. Essa alma pode cair, e cairá mais de uma vez ainda, mas se se humilhar e reconhecer seu nada, se tentar reparar sua falta com pequenos atos de generosidade e de amor, se confiar de novo em meu Coração… dar‑Me‑á mais glória e fará mais bem às almas do que se não tivesse caído.

Pouco importam a miséria e a fraqueza; o que peço a minhas almas é amor!

Sim — acrescenta — apesar de sua miséria pode a alma amar‑Me até a loucura… Compreende bem, entretanto, Josefa, que só falo das quedas por inadvertência e fragilidade, não das faltas premeditadas e voluntárias. (p.248)

Não tenham minhas almas medo de Mim! Não se afastem de Mim os pecadores… venham refugiar‑se em meu Coração! Recebê‑las‑ei com o mais terno e mais paternal Amor. (p.266)

Sim, deixar‑te‑ei passar essa hora unida aos sentimentos de meu Coração que se consome no desejo de atrair as almas a Si, a fim de lhes perdoar.

Pobres pecadores! Como são cegos!

Só desejo perdoar‑lhes e eles só procuram ofender‑Me!

Eis a minha maior Dor: que tantas almas se percam e que não venham todas a Mim, a fim de que meu Coração lhes perdoe.

[“Perguntei‑Lhe se se lembra de nossas faltas quando nos arrependemos depois de nossas quedas e Lhe pedimos perdão?”]

Desde que a alma se lança a meus Pés e implora minha Misericórdia, Josefa, esqueço todos os seus pecados. (…) Sim, Josefa corro no encalço dos pecadores como a justiça no encalço dos criminosos… Mas a justiça os procura para castigá‑los e Eu para lhes perdoar! (p.285)

Diz‑Me: haverá Coração que ame mais que o Meu e que encontre menos correspondência a seu Amor?

Haverá Coração que, mais que o Meu, se consuma no desejo de perdoar?

E, entretanto, como preço de tanto Amor, não recebo senão as mais graves ofensas.

Pobres almas… Vamos pedir perdão e reparar por elas. (p.290)

E agora, Josefa, começarei por te desvendar os sentimentos que enchiam meu Coração quando lavava os pés de meus Apóstolos.

Vê como os reuni, a todos os Doze, sem excluir nenhum. Lá se encontravam, com efeito, João, o discípulo muito amado, e Judas que, pouco depois, havia de Me entregar aos meus inimigos.

Dir‑te‑ei porque os quis reunir todos e porque comecei por lavar‑lhes os pés.

Reuni‑os todos, porque para a minha Igreja chegara o momento de aparecer no mundo e, para todas as ovelhas, o de não terem senão um só Pastor.

Quis também mostrar às almas que nunca lhes recuso a minha graça, nem mesmo quando estão carregadas dos mais graves pecados, e que não as separo então daquelas que amo com predileção. Guardo‑as todas no meu Coração, para dar a cada uma os socorros necessários a seu estado.

Mas, qual não foi a minha dor ao ver, representadas pelo desgraçado Judas, tantas almas, muitas vezes reunidas a meus pés, lavadas no meu Sangue e correndo, todavia, à sua perdição eterna!

Queria dar‑lhes a compreender que não é pelo fato de estarem em pecado mortal que devem afastar‑se de Mim. Não julguem quenão há remédio para elas e que nunca mais serão amadas como o foram outrora!… Não, pobres almas, não são estes os sentimentos de um Deus que derramou todo o seu Sangue por vós!

Vinde a Mim e não temais, porque Eu vos amo! Purificar‑vos‑ei no meu Sangue e vos tornarei mais brancas que a neve. Os vossos pecados serão mergulhados nas águas da minha Misericórdia e não será possível arrancar do meu Coração o amor que vos tenho.

Josefa, deixa que te invada o desejo ardente de que todas as almas se venham purificar nas águas da penitência… de que elas se entreguem a sentimentos de confiança e não de temor, porque Eu sou Deus de Misericórdia e estou sempre pronto a recebê‑las em meu Coração. (p.291)

No decurso dos séculos, tenho revelado de diferentes modos o meu Amor aos homens: tenho‑lhes mostrado quanto Me consome o desejo de sua salvação. Dei‑lhes a conhecer o meu próprio Coração. Esta devoção tem sido como luz derramada sobre o mundo. Hoje é o meio de que se servem, para tocar os corações, a maioria dos que trabalham por estender o meu Reino. (p.399) Quero agora mais alguma coisa; pois se peço Amor em correspondência ao que Me consome, não é a única resposta que desejo das almas: desejo que creiam na minha Misericórdia, esperem tudo da minha Bondade e não duvidem nunca do meu Perdão. Sou Deus, mas Deus de Amor! Sou Pai, mas Pai que ama com ternura e não com severidade.

Meu Coração é infinitamente sábio, mas também infinitamente santo, e como conhece a miséria e a fragilidade humanas, inclina‑se para os pobres pecadores com Misericórdia infinita.

Amo as almas, depois que cometeram o primeiro pecado, se vêm pedir humildemente perdão…

Amo‑as ainda, quando choraram o segundo pecado e, se isso se repetir, não digo um bilhão de vezes, mas milhões de bilhões. Amo‑as e perdoo-lhes sempre, e lavo no mesmo sangue o último como o primeiro pecado!

Não me canso das almas, e o meu Coração espera sempre que venham refugiar‑se nele, por mais miseráveis que sejam! Não tem um pai mais cuidado com o filho que é doente, do que com os que têm boa saúde? Para com esse filho, não são maiores as delicadezas e a sua solicitude? Assim também o meu Coração derrama sobre os pecadores, com mais liberalidade do que sobre os justos, a sua Compaixão e a sua Ternura.

Eis o que desejo explicar às almas: Ensinarei aos pecadores que a Misericórdia do meu Coração é inesgotável; às almas frias e indiferentes, que meu Coração é fogo, e fogo que deseja abrasá‑las, porque as ama; às almas piedosas e boas, que o meu Coração é caminho para se adiantarem na perfeição e chegarem com segurança ao termo feliz. Enfim, às almas que me são consagradas, aos padres, aos religiosos, às minhas almas escolhidas e preferidas, pedirei uma vez mais que Me deem o seu amor e nunca desconfiem do Meu, e, sobretudo, que Me deem a sua confiança e não duvidem da minha Misericórdia! É fácil esperar tudo do meu Coração! (p.400)

[“Quanto mais d’Ele me aproximo — prossegue Josefa — tanto mais sofro por não saber amá‑Lo, e meu único recurso é pedir‑Lhe perdão.”]

Bem sabes — respondeu — que estou pronto para te perdoar, não uma vez, mas cada vez que a tua fraqueza sucumbir. Se és fraca, sou forte. Se és miséria, sou o Fogo que consome. Aproxima‑te de Mim com confiança e deixa‑Me purificar a tua alma. (p.438)

O mundo corre para a perdição. Procuro almas que reparem tantas ofensas feitas à Majestade divina e meu Coração se consome no desejo de perdoar… Sim, perdoar àqueles filhos queridos pelos quais derramei todo o meu Sangue. Pobres almas, quantas se perdem… quantas se precipitam no inferno! (p.181)

Escuta, filha, deves abandonar‑te como criancinha nos Braços de teu Deus. (p.200)

Se estou Eu contigo que importa que todo mundo esteja contra ti? (p.184)

Quero‑te em tal esquecimento de ti mesma e tão abandonada à minha Vontade que não te permitirei a menor imperfeição sem te admoestar. Deves ter sempre presente, teu nada de um lado, e minha Misericórdia de outro. Não te esqueças que é do teu nada que brotarão meus Tesouros. (p.115)

“UM ATO DE ABANDONO ME GLORIFICA MAIS QUE MUITOS SACRIFÍCIOS”

Abandona‑te em minhas Mãos, Josefa, Eu me servirei de ti como entender. Lançarei mão de ti quando precisar porque és minha. Pouco importam tua pequenez e a tua fraqueza; o que peço, antes de mais nada, é que Me ames e Me consoles. Quero que saibas quanto te ama o meu Coração, que riqueza encerra; e que sejas como cera mole que Eu possa manejar a meu gosto. (p.70)

O sofrimento passa, o merecimento é eterno. Estás sempre em meu Coração… Não Me percas de vista… o Amor te conduz… deixa tudo a meu cuidado… Sou tudo para ti. (p.368)

Sofre com coragem e energia, filha. É graças ao sofrimento que aquela alma não cai em pecado ainda mais criminoso. (p.239)

Muitas almas Me recebem cordialmente quando as visito com a consolação. Muitas Me acolhem com alegria na comunhão. Mas há poucas que me abram de boa vontade quando lhes bato à porta com minha Cruz. Quando uma alma está estendida sobre minha Cruz e ali se abandona, aquela alma Me consola… é a mais próxima de Mim. (p.240)

Pobres almas! Muitas não Me conhecem, é verdade. Porém maior ainda é o número das que Me conhecem e Me desprezam em troca da vida de prazeres. (…)

 

(“Apelo ao Amor ‑ Mensagem do Coração de Jesus ao mundo”, Soror Josefa Menéndez (1890 ‑ 1923), Religiosa Coadjutora da Sociedade do Sacré Coeur de Jésus. Editora Rio‑São Paulo, 3a. edição, Rio de Janeiro. Reimprimatur, Mons. José Silveira, Vig. Geral, 27/3/63.)