Mãe, um amor sem limites…

Deus, ao terminar a obra da criação, descansou no sétimo dia como está escrito no Gênesis: “E Deus descansou de toda a sua obra” (Gn 2,2). Essa foi uma das razões pelas quais a Igreja julgou conveniente transferir este descanso para o domingo, uma vez que, além disso, Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (daí a palavra domingo: dia do Senhor).

Domingo, um dia agradável, suave e harmonioso, cujos alvores e tranquilidade já se fazem sentir no sábado à tarde. As famílias se reúnem, os amigos se encontram e até as inimizades se esvaem… Mas o que isso tem a ver com a comemoração que hoje celebramos?

Não poderia haver um dia melhor para se se homenagear àquela a quem devemos tudo: nossa MÃE. Só de pronunciar a palavra mãe é toda uma doçura que vem ao coração. Uma palavra cheia de candura, de afeto e carinho.

São tantos os aspectos que o perfil materno revela, que qualquer escritor fica no embarras de choix[1]… São tantas as virtudes que uma mãe possui, que não haveria espaço neste artigo par enumerá-las. O que dizer de sua beleza? Como compreender seu senso maternal? O que comentar da alegria que sente ao ver pela primeira vez seu filho recém-nascido? Só uma palavra pode resumir tudo isso: o seu Amor.

Difícil é medir esse amor, para não dizer impossível. Ele supera tudo e tudo suporta. Para exprimir em uma frase: ser mãe é refletir o amor incondicional de Deus.

Como é difícil falar do amor de mãe! Mas fica aqui uma breve história, que apesar de trágica, demonstra em todo o seu esplendor esse amor:

Conta-se que em certa feita, um jovem que há pouco contraíra noivado, não hesitou em cometer um horrível ato de crueldade a pedido de sua noiva: entregar-lhe em suas mãos o coração de sua mãe. Ao chegar junto à sua progenitora – que de nada suspeitava – desferiu-lhe tremendo golpe que a prostrou por terra. Após ter aquele terno coração em suas mãos, só pensava em correr desvairado para junto de sua péssima parceira, e, não percebendo uma pedra no seu caminho, tropeçou e caiu. E eis que do fundo daquele coração materno envolvido em alguns tecidos, uma voz suave se fez ouvir: Meu filho, você se machucou?

Oh, que amor extraordinário, realmente sem limites! Depois de todo aquele ato de crueldade, a mãe – já na outra vida – se preocupa ainda com uma simples queda de seu filho.

Não poderíamos deixar passar este dia em branco, sem voltar nosso coração e nosso olhar para Aquela, que São Luís Maria Grignion de Montfort se refere da seguinte forma: ainda que se reunissem todos os amores de todas as mães – desde Eva, a primeira mãe, até a última mãe que haverá na face da terra – por um único filho; não daria o amor que Nossa Senhora tem por cada um.

Sim, Maria Santíssima a mãe de todas as mães, a toda pura, a toda cheia de graça e amor, a que a justo título mereceu ser a mãe do nosso Deus! Que Ela cubra com seu manto virginal e proteja todas as mães do mundo, dando-lhes a verdadeira luz e discernimento para amarem ainda mais intimamente a seus filhos segundo o amor de Deus!


[1] Do francês, expressão que significa que a pessoa está embaraçada na escolha de várias opções.