Elias, o Monte Carmelo e a Virgem Maria!

 

“Flor do Carmelo, Videira Florida, Esplendor do céu, Virgem Mãe sem igual”

 

“Deus, então, falou a Elias: Vai apresenta-te a Acab; porque darei chuva sobre a terra” (1Rs 18,1) . Foi assim, revestido da benção Divina, que o profeta se dirigiu ao rei para anunciar chuva: “Disse Elias a Acab: Sobe, come e bebe, porque há ruído de uma abundante chuva” (1Rs 18,41). Não havia uma só nuvem no céu quando Elias anunciou a forte chuva.

Elias se prostrou diante de Deus pedindo a chuva, que Ele mesmo prometera. Por seis vezes orou e, no céu, nenhum sinal de chuva aparecia. Enviou seu servo para verificar se nas bandas do mar havia algum sinal de chuva, no entanto, ele voltou com a resposta negativa: “Senhor, não há nada, nem sinal de chuva” (1Rs 18,43). E sucedeu que na sétima oração: “Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo do mar” (1Rs 18,44). Elias, diante do mínimo sinal, anunciou ao Rei: “‘Aparelha teu carro e desce, para que a chuva não te apanhe’ E veio uma grande chuva” (1Rs 18,45).

 

 

Monte Carmelo

Os grandes santos marianos, e consequentemente toda a Igreja, interpretam essa passagem da escritura como um sinal, ou melhor, o primeiro sinal da presença de Nossa Senhora entre os homens. Pré-figuras há inúmeras, a mulher do Gênesis (Gn 3,15) as mulheres fortes do Antigo Testamento, etc. Mas o fato ocorrido no monte Carmelo indica algo a mais. A terra passava por um castigo, e esse castigo já durava sete anos. Não era qualquer castigo, mas uma seca prolongada… enfim, tudo estava em uma situação que merecia uma intervenção especial de Deus. O povo eleito havia abandonado o verdadeiro caminho.

O local escolhido para essa “teofania” foi o Monte Carmelo, geograficamente situado nas encostas de Israel com vistas para o mar Mediterrâneo. Seu nome – Karmel – possui o significado de “campo fértil”. Em sua extensão encontramos atualmente as cidades de Haifa, Tirat Hakarmel e Nesher.

Muita história possui essa pequena montanha. Suetônio, historiador latino, cita uma visita feita pelo imperador Vespasiano à montanha para implorar um confirmação de seus anseios, sentindo-se confortado sempre que de lá retornava.

Santo Elias

Eliseu, discípulo do grande profeta Elias, após o aparecimento da nuvenzinha, continuou a habitar o Monte Carmelo, rodeado de “filhos de profetas” (cf. 2Rs 2,25; 4, 25; 4,38, etc.). Este lugar pode ainda hoje ser visitado. A caverna usada por ele recebe o nome de “escola dos profetas”.

 

Quantas são as imagens e os símbolos apresentados por Deus! Dessa pequena nuvenzinha proveio para a humanidade da época uma chuva que irrigou o país. Após anos de seca, castigo para o povo eleito, um prenúncio de chuva e bonança aparece.

Séculos transcorridos, essa nuvenzinha vê-se personificada: a Rainha dos Céus e da terra nasce. Traz ao mundo a mais bela de todas as chuvas, Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim como o orvalho anuncia muitas vezes a vinda de águas torrenciais, a Virgem Maria, “orvalho celeste” traz-nos seu Divino Filho, nosso Redentor, que veio irrigar o mundo, não somente de seu tempo, mas inclusive dos tempos vindouros, com a graça, com os sacramentos, com a Santa Igreja.

 

Dia 16 de julho a Igreja em todo o orbe festeja a virgem do Carmo. Elevemos a Ela nossos olhares cheios de Fé. Não mais a procura de um sinal de chuva, como o Profeta Elias, mas certos de que essa “chuva” – a graça divina – está constantemente caindo, caindo… aguardando que a “terra” – os corações dos homens – se abra para acolhê-la, sendo assim germinada em profundidade.

Virgem Mãe do Carmelo, rogai por nós!

 

 

Oração a Nossa Senhora do Carmo

 

Ó Virgem do Carmo e mãe amorosa de todos os fiéis, mas especialmente dos que vestem vosso sagrado Escapulário, em cujo número tenho a dita de ser incluído, intercedei por mim ante o trono do Altíssimo.

Obtende-me que, depois de uma vida verdadeiramente cristã, expire revestido deste santo hábito e, livrando-me do fogo do inferno, conforme prometestes, mereça sair quanto antes, por vossa intercessão poderosa, das chamas do Purgatório.

Ó Virgem dulcíssima, dissestes que o Escapulário é a defesa nos perigos, sinal do vosso entranhado amor e laço de aliança sempiterna entre Vós e os vossos filhos. Fazei, pois, Mãe amorosíssima, que ele me una perpetuamente a Vós e livre para sempre minha alma do pecado.

Em prova do meu reconhecimento e fidelidade, ofereço-me todo a Vós consagrando-Vos neste dia os meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração e todo o meu ser. E porque Vos pertenço inteiramente, guardai-me e defendei-me como filho e servidor vosso. Amém.