O padroeiro dos estudantes
Em Cupertino na região da Púglia, antigo reino de Nápoles, nasceu em 1603, um menino, logo batizado com o nome de José. Sua vida contêm aspectos verdadeiramente desconcertantes. Nasce em uma família paupérrima, vive os três primeiros meses em um estábulo, pois o pai, endividado, vendera o pequeno patrimônio da família.
Quando completou 17 anos o jovem José queria tornar-se religioso, mas, dada sua grande ignorância, não foi aceito pelos Frades Menores. Conseguiu ingressar como irmão leigo em um convento Capuchinho, mas pouco depois teve que depor o hábito devido à grande incapacidade de assimilar novos conhecimentos. Anos mais tarde comentaria que a retirada do hábito foi como se lhe tivessem arrancado a pele do corpo.
Passou a ser desprezado por todos, até mesmo por sua própria mãe. Mas, obviamente, Deus não o abandonará em nenhum momento. Em Grotella, depois de muito esforço, conseguiu trabalhar em um convento dos Frades Menores que lhe confiaram os serviços mais humildes, entre eles o de cuidar de uma mula. O pobre José se auto intitulava como “irmão burro”. Sem embargo, devido à sua piedade, austeridade e obediência acabou por esse admitido no convento.
Apesar de ter sido tão pouco dotado em matéria de inteligência, ele tinha o grande desejo de estudar para ser sacerdote. Empreendeu grandes esforços em apreender, mas o resultado foi desalentador. Pedia aos professores, com muita candura, que exercitassem com ele a virtude da paciência.
Chegados os exames, José recorre á intercessão materna de Nossa Senhora de Grottella. Interrogado pelo Bispo de Nardo sobre uma passagem do Evangelho escolhido a esmo, saiu-se maravilhosamente bem. Tratava-se do único texto que ele conhecia: “Felizes as entranhas que Te trouxeram”. Era Maria Santíssima que protegia seu devoto. Foi assim admitido ao diaconato.
Restava a última prova oral para o sacerdócio. Desta vez foi o Bispo de Castro a examinar os candidatos. Os primeiros a serem interrogados saíram-se tão bem que o prelado decidiu não interrogar os demais. Entre eles estava o “irmão burro”. Pouco depois foi ordenado sacerdote.
Sua vida foi um constante convívio com o sobrenatural. Com muita frequência entrava em êxtase diante de uma imagem de Nossa Senhora, permanecendo suspenso no ar a alguns palmos do piso. Locomovia-se pela igreja sem tocar o chão, enquanto seu corpo emanava um agradável perfume que indicava sua presença em um vasto raio. Apesar de sua incapacidade em assimilar os ensinamentos dos mestres, era dotado com a ciência infusa que lhe permitia aconselhar teólogos acerca de assuntos delicados tanto de doutrina quanto de exegese. Foi procurado por príncipes, reis, cardeais e até mesmo pelo Papa.
Urbano VIII convocou-o para ir a Roma para uma audiência. Diante do Papa, mais uma vez, nosso santo entrou em êxtase. A fama dos seus milagres e prodígios atraiu pessoas de todas as partes. Algumas vezes, durante a celebração da Missa, entrava em êxtase para surpresa de todos.
Os frades queriam levá-lo para viver em Assis, mas o Papa Alexandre VII negou-lhes a autorização, dizendo: “Não. Basta-lhes um São Francisco de Assis”.
Foi enviado a Ósio onde faleceu virtuosamente em 17 de setembro de 1663, aos sessenta anos.
Devido às epopeias estudantis, São José de Cupertino passou a ser invocado como padroeiro dos estudantes, sobretudo para o período de provas.
Canonizado por Clemente XIII em 1767, sua memória é celebrada no dia 18 de setembro.
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