O Divino Escultor 

Para constituir a Jerusalém celeste, quer o Senhor, verdadeiras obras primas de arte, muito bem talhadas. Para isso, Ele mesmo, o Divino Escultor, é quem prepara, talha e faz o polimento das obras vivas que ingressarão à Pátria celeste.

Um bom escultor, quando está diante de um bloco de mármore, sente palpitar o seu coração de artista. Sem perda de tempo constitui um plano, começa a bater, cortar, desbastar e polir até que tenha diante de seus olhos a estátua que estava em sua imaginação.

Deus age assim conosco. Somos blocos de mármore, pedras vivas em suas mãos. Segundo São Francisco de Assis o mundo é uma grande oficina, na qual são talhadas as pedras vivas que devem servir para a construção da Jerusalém celeste.

É bem verdade que se o mármore sentisse as pancadas, os cortes e o polimento, sofreria enorme dor. No entanto se a pedra também pensasse, esta dor seria suportada em função de um bem maior a ser conquistado no final do trabalho executado pelo artista.

Deixemos que o cinzel das enfermidades, das contrariedades, das perplexidades, enfim do martírio cotidiano, faça da pedra bruta que somos nós, uma obra viva do Amor misericordioso que é Deus.

Nesta ou naquela aflição, lembremo-nos que é o Divino Escultor que está dando mais um arremate em sua obra prima.