A fé dos apóstolos: São Simão e São Judas Tadeu
Caros amigos, hoje celebramos dois personagens muito importantes para a fé cristã: São Simão e São Judas Tadeu. Sem pretender aprofundar na vida destes dois homens de Deus ou na piedade popular que caracteriza a relação do povo brasileiro com São Judas Tadeu, gostaria de refletir um pouco sobre a figura do “apóstolo” e sua importância para a fé cristã.
Os apóstolos foram, inicialmente, um grupo mais restrito de doze homens escolhidos pessoalmente por Jesus Cristo para que estivessem com ele e que, posteriormente, foram enviados a pregar o Evangelho (Cfr. Mc 3, 13). Destes doze, um foi o traidor de Jesus Cristo: Judas Iscariotes (Cfr. Mc 3, 19). Após a Páscoa, para completar o número dos “12”, os apóstolos, movidos por Deus, decidiram eleger “São Matias”, que ocupou o lugar do traidor (Cfr. At 1, 22.26).
Depois, também movidos pela força do Espírito Santo, dois outros homens – São Paulo e São Barnabé – receberam de Jesus Cristo, por meio dos apóstolos, uma missão de importância única na história da Igreja: a de pregar aos gentios (aos povos não judeus) a verdade do Evangelho (Cfr. At 15). Por este motivo, eles também receberam o nome de apóstolos (Cfr. At 14, 14). Entretanto, ninguém mais recebeu ou receberá a autoridade de se apresentar como “apóstolo”, depois destes que foram citados.
Assim, todos os cristãos de verdade se orgulham, por professarem a “fé apostólica”, ou seja, a fé que nos transmitiram os apóstolos através das Sagradas Escrituras e da Tradição viva da Igreja. Nossa fé é apostólica porque está edificada sobre o “alicerce dos apóstolos” (Cfr. Ef 2, 20), testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo. Nossa fé é apostólica porque ela conserva e transmite, com o auxílio do Espírito Santo, o ensinamento, o depósito precioso, as palavras salutares ouvidas da boca dos apóstolos. Nossa fé á apostólica porque a Igreja continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos apóstolos, até a volta de Cristo, graças aos que a eles sucedem na missão pastoral: o colégio dos bispos, assistidos pelos presbíteros, em união com o sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja (Cfr. Catecismo, 857).
Dessa forma, o que caracteriza a autoridade apostólica da Igreja não são sinais sobrenaturais, mas sua ligação ininterrupta com os verdadeiros apóstolos e união de caridade e jurisdição com o sucessor de Pedro, o Santo Padre, o Papa. A verdadeira coerência apostólica leva à unidade e não à divisão. Que Deus nos fortaleça na unidade.
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