A submissão de Maria
No dia 25 de março comemora-se a festa da Anunciação à Virgem Maria, que nesse ano de 2013, por ocasião da Semana Santa e da oitava da Páscoa, foi adiada para o dia 8 de Abril. Na Anunciação se tem presente que diante do fiat de Nossa Senhora houve a Encarnação do Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo do qual São Leão Magno diz: “A humildade foi assumida pela majestade, a fraqueza, pela força, a mortalidade, pela eternidade. Para saldar a dívida de nossa condição humana, a natureza impassível uniu-se à natureza passível”[1].
“Foi enviado o Anjo Gabriel a uma virgem” (Lc 1, 26-27). Virgem no corpo, virgem na alma;[…] não encontrada ao acaso ou sem especial providência, mas escolhida desde todos os séculos, conhecida na presença do Altíssimo que A predestinou para [ser um dia sua Mãe]; guardada pelos Anjos, designada antecipadamente pelos antigos Padres, prometida pelos profetas”[2].
No episódio da Anunciação se inicia o mistério da Redenção do gênero humano. O que São Lucas narra no evangelho é muito breve. Poder-se-ia imaginar que a conversa do Anjo com Nossa Senhora foi muito longa e sobrenatural, tanto para Ela que recebia a mensagem de Deus, como para ele, Anjo, que estava conhecendo de perto sua futura Rainha. Nesta conversa foi decidida a vinda do Messias e a Redenção da humanidade. A Virgem com toda humildade e alegria aceita o desígnio de Deus a seu respeito, e aceita ser a Mãe do Redentor.
Que belo dia é este em que um fiat decidiu os rumos da história da humanidade. “Obedecendo, se fez causa de salvação tanto para si como para todo o gênero humano”[3]. Antes do seu fiat, o evangelista diz que Maria perturbou-se com a saudação: “‘Ela se perturbou, pois não entendeu o significado dessa saudação’. O mensageiro celeste então Lhe explicou que o Verbo eterno se encarnaria em seu claustro virginal.”[4] Maria levou um susto, pois era e desejava ser virgem até a morte, no entanto, “ao anúncio de que, sem conhecer homem algum, Ela conceberia o Filho do Altíssimo pela virtude do Espírito Santo, Maria respondeu com a ‘obediência da fé’(Rom 1,5), certa de que nada é impossível para Deus”[5].
“Esse anúncio representava tal cúmulo de graças e de favores, uma tão superlativa generosidade que nos é difícil calcular como Nossa Senhora se sentiu confundida naquele momento. Ao mesmo tempo, porém, enlevada e feliz, conhecendo que Deus A escolhera para tão sublime obra. Sua gratidão foi ilimitada, e a alegria de se sentir unida dessa forma a Deus, houve de ser maior que todos os mares e oceanos!”[6]
Vendo tamanho exemplo de submissão, cumpre aos católicos a aceitação dos desígnios de Deus a respeito de cada um.
[1] SÃO LEÃO MAGNO. O sacramento da nossa reconciliação. Carta 28, a Flaviano,3-4: PL 54,763-767 Liturgia das horas, p. 1506.
[2] SÃO BERNARDO. Obras Completas. Madrid: BAC, 1953. Vol. I. p. 194
[3] Cf. SANTO IRINEU, Adv. haer.3,22,4; SC 211, 442-444 (PG 7,959-960)
[4] OLIVEIRA. Plinio Corrêa de. Admirável lição de humildade. Revista Dr. Plinio. Abril 2007. N° 108. p.20
[5] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. A profissão da fé cristã. São Paulo. Ed. Loyola. 2001. p. 139
[6] OLIVEIRA. Plinio Corrêa de. Op. Cit.
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