Mensagem para o dia das mães – VI

 

A mãe é a coluna mestra da formação moral de seus filhos

 Já viste um belo amanhecer, onde as brumas brincam com os raios jubilosos do sol? Já viste o vento balouçar das árvores a dividir o brilho da luz em facetas multiformes? Observaste, porém, como a luz continua tão bela, mesmo dividida? Pois bem, todas as vezes que contemplares uma cena como essa, lembra-te que isso simboliza o amor de mãe, pois, o amor materno é como a luz do sol: se divide pelos filhos e permanece inteiro.

Já entraste num desses lares benditos, no qual impera uma mãe, qual nova rainha bondosa e serena? Eternamente calma em suas forças, sempre graciosa e sorridente no resplendor de sua alta virtude, a rainha da serenidade não é perturbada pelas brincadeiras de seus filhos, nem pelos acidentes de sua saúde, nem pelas vicissitudes da existência.

A participação na obra divina da Criação é a maior ação do gênero humano, por isso, a maternidade eleva a mulher a uma dignidade moral e social inegável. A mãe é a coluna mestra da formação moral da criança, que serve de base para o desenvolvimento de toda a vida. Se tu conheces um homem virtuoso, procurai sua mãe, pois uma bela fruta nasce de uma árvore ainda mais bela.

O dever é sua estrela. Avança como os reis antigos, porque sabe, como eles, que Deus é quem a conduz: Deus sobre quem ela se apoia; Deus, que nunca lhe faltou; Deus, que tem em suas mãos paternais todos os acontecimentos de sua vida de mãe e esposa, de dona-de-casa e de mulher de trabalho.

Que fulgor teria esta pérola, incrustrada noutro diadema que não o seu? Que coloridos tomaria esse vitral sob a ação dos raios de outro sol, que não o brilho de seu lar e o sorriso de seus filhos?

O lar, palavra abençoada, suave recordação que nos acompanhará até o fechar de nossos olhos pelos caminhos desta vida incerta e insegura. O lar, reino da mãe, senhorio do pai, habitáculo da família, pedaço do Céu.

A família é, sem dúvida, a primeira sociedade em que vivemos. Nela nos formamos. A Família é, nas palavras do Papa Pio XII, “o ambiente privilegiado onde se dá a lenta e profunda formação das almas, na atmosfera de um lar rico de altas tradições intelectuais, morais e, sobretudo cristãs, com a mútua influência entre aqueles que moram em uma mesma casa”[1].

Os dias em que vivemos presenciam uma decadência que atinge todos os setores da sociedade e, como não poderia deixar de ser, a família é uma das instituições mais afetadas por esse mal.

Faltou o amor de Deus, vêm as desavenças, os desentendimentos às vezes até diante dos olhos lacrimejantes dos filhos…

A família, antes base e alicerce sólido da civilização, encontra-se hoje tão confundida!

Entretanto Nossa Senhora quando apareceu em Fátima nos deixou a promessa que deve soar para nós como certeza interior: o Bem sairá vitorioso sobre as trevas e a família renascerá como terna menina, embalada nas mãos maternais de Maria Santíssima, que é além de Mãe de Deus e nossa, a Rainha da Família!


[1] PIO XII. Alocução ao Patriciado e à Nobreza Romana, Tipografia Poliglotta Vaticana. 1941, p. 364. Apud Plinio Corrêa de Oliveira. Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana. Porto: Livraria Civilização-Editora, 1993, p. 72.