Brasil,Rio de Janeiro, palácio do catete, Getulio Vargas

Frei Antônio das Chagas, séc XVII

“Deus pede estrita conta do meu tempo/
E eu vou, do meu tempo, dar-Lhe conta./
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta./
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?/

Para dar minha conta feita a tempo, /
O tempo me foi dado, e não fiz conta; /
Não quis, sobrando tempo, fazer conta./
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo./

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta, /
Não gasteis vosso tempo em passatempo./
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta! /

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo, /
Quando o tempo chegar, de prestar conta /
Chorarão, como eu, o não ter tempo…”