São Pio X tido por ladrão

“Como o alimento corporal serve para restaurar a perda das forças, a Eucaristia fortalece a caridade que, na vida diária, tende a arrefecer; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais (cf. Conc. de Trento: DS 1638). Ao dar-se a nós, Cristo reaviva nosso amor e nos torna capazes de romper as amarras desordenadas com as criaturas e enraizar-nos nele” (Catecismo da Igreja Católica, nº 1394).

Os santos sabem, de modo extraordinário, viver esta caridade, pois compreendem que “cada ato de virtude perfeitamente cristão não tem outra origem senão no Amor, e outro fim senão o Amor” (Catecismo Romano, prefácio, 10).

Exemplificamos com um episódio na vida do grande Papa, São Pio X[1].

Uma noite, São Pio X, quando ainda era Patriarca de Veneza, foi chamado para administrar os últimos sacramentos a um moribundo, que encontrou estendido no chão sem o menor agasalho e conforto para aquela hora. Consolou-o e voltou para casa.

Deitou-se, mas não pode conciliar o sono. Não lhe saía da ideia o moribundo a morrer sem ter sequer um colchão onde se deitar, e ele com saúde e confortado em seu quarto. Resolveu então enrolar o próprio colchão, carregá-lo às costas e levá-lo ao moribundo.

Na rua, um policial tomou-o por ladrão e prendeu-o.

Foi a Providência Divina a auxiliar o bom patriarca, pois este mal podia com o colchão, e o policial, logo que averiguou do que se tratava, ajudou-o naquela obra de caridade carregando parte do peso.


[1] MONTEIRO, Alexandrino. A moral em exemplos. Salvador – Bahia: Mensageiro da Fé, 1959, p. 46.